terça-feira, março 31

ju-ro

fui à Havaneza ver o que havia de novo na zona das revistas mas a primeira coisa que vi foram packs de dois filmes "eróticos" a €18, em lugar de destaque.

sim, logo abaixo das revistas de fotografia podemos encontrar o título "Com o Meu Namorado Só por Trás, para Casar Virgem".
mais abaixo, ao lado das revistas de ponto cruz, um livro com "As Mais Loucas Curiosidades sobre Sexo" afronta as velhotas mais conservadoras.

dizia para confirarem, mas com certeza alguém levará rapidamente para casa estas preciosidades.

karma MY ASS

se essa história do karma fosse verdade, eu não tinha ouvido uma bibliotecária falar sobre a filosofia de vida dela, a antiga biblioteca municipal, onde trabalhava, a Praça da República, o quanto ela "curte" falar como nós, "jovens", ou os brincos espampanantes que usa para disfarçar a falta de cabelo. e ela falou duante uma hora...

se essa história do karma fosse verdade, a senhora tinha-se cingido ao assunto que me tinha levado a procurá-la, eu tinha encontrado a informação que pretendia e tinha conseguido voltar para o meu estudo na paz do Senhor, sem grandes conversas.

se essa história do karma fosse verdade, eu tinha sido recompensada por ter tentado resolver um problema de uma amiga atolada em trabalho e com uma intoxicação alimentar.

o pior? a bibliotecária tem o meu nome e morada no papel da requisição dos livros.
temo que amanhã me apareça à porta para falar da neta ou sugerir mais um livro que se revelará, como todos os outros que me mostrou, inútil por não conter nele qualquer informação, sequer, próxima do tema que me interessava.

o pior do pior? amanhã tenho que lá voltar porque é (era?) o único sítio onde consigo estar concentrada.

quinta-feira, março 26

e isso cabe num tupperware??

"Isaltino Morais admitiu hoje, em tribunal, ter numa conta na Suíça cerca de 400 mil euros de sobras das várias campanhas eleitorais em que participou. O presidente da Câmara de Oeiras, que está a ser julgado por vários crimes económicos, alegou que a lei, no passado, não obrigava à devolução destas verbas."

eu de "sobras" só tenho mesmo ali um peito de frango com molho de tomate e um bocadinho de arroz.
mas está bem; na boa.

segunda-feira, março 16

eu tentei. a sério.

(ainda a propósito do post anterior...)
eu também podia escrever textos bonitos e profundos. querem ver?
Sentada na mesa junto à janela, bebia o galão
distraidamente, absorta nos seus pensamentos.

Não sabia por que ali estava. Não queria ter ido
àquele café - fê-lo porque era hábito, tal como era hábito pedir o
galão.

"Sabe ao mesmo de sempre", pensa, e, por saber ao
de sempre, não lhe sabe a nada.

"O galão do costume, no sítio do costume. As
mesmas pessoas, conversas, vistas, a mesma senhora simpática do café... Aposto
que até os pombos são os mesmos." pensa, observando a desajeitada ave
no cimo do prédio.

"E agora o pombo cagava em cima daquela
senhora!"


aaahhh... estraguei..! bolas, afinal não tenho mesmo jeito para isto.

descansem,

prometo não publicar mais chachada introspectiva que ninguém percebe, nem quer perceber.

não gosto de blogs que falam da vida por meias palavras, para que os leitores adivinhem o resto ou só para que pareça bonito e profundo.

e muito menos dos que falam da discussão com a melhor amiga ou do desgosto que é estar longe do Lindolfo-Araujo, o namorado extremoso que oferece flores nos momentos mais inesperados.

como me disseram uma vez: "torna-se estúpido perguntar "então, tudo bem?" a certas pessoas. já sabemos a resposta de antemão! acabámos de ler o blog dela!"

assim sendo, a etiqueta "this one's for myself" passará a ter ainda menos uso. se é para mim, não interessa publicar. pelo menos não neste blog!

voltamos assim ao nosso registo habitual. pedimos desculpa pelo incómodo.

"Sunday was a bright day, yesterday...

... Dark cloud has come into the way"

(hoje regressei.)

quinta-feira, março 12

hoje desliguei-me

Faultline featuring Chris Martin

"Your Love Means Everything part II"

I slipped away last night
Took me away from sight and the place I know.

All crushed upon my skin
This mess I put you in and the punch i thrown.

It was a strange reaction for someone like you to remain on side
And in a chain reaction I was down and calling for a place to hide.

I saw a broken arm Machines will all break down in the way I know.
Mended and all made clean I saw up on the screen all the stones I thrown.

It was a strange reaction for someone like you to remain so sure
And in a chain reaction I dissolve and break and then away I crawl.

(non-official video)

terça-feira, março 10

sabes que fizeste mal a alguém quando:

- moras num 4ºandar e acordas com os berros de uma criança a fazer birra na rua.

- pensas "por favor, alguém cale esta criança..!" e ao choro dela se sobrepõe uma sirene a avisar que é hora certa.

- a sirene se cala, a criança não e passa uma mota.

- a criança se cala e o pássaro do vizinho começa a cantar e faz-te sentir na Amazónia.

- o pássaro se cala e tu estás quase a adormecer e recebes uma mensagem.

- decides ignorar a mensagem e o carteiro toca à campainha.

domingo, março 8

sabem o que é que provoca uma gargalhada descontrolada, daquelas perigosas que quase nos fazem cair da cadeira?


ir a um restaurante chinês e ver na porta um aviso de aberto/fechado do projecto Compro o que é Nosso.

domingo, março 1

o meu cérebro morreu. é oficial.

doente, sozinha em casa, em pijama e drogada com tudo o que é medicamento, decido arrastar-me até à cozinha para comer qualquer coisa que já devia ter sido comida horas atrás.

abro o frigorífico, tiro o tupperware gigante da sopa e regresso à sala
sem pôr a sopa num prato;
sem a aquecer;
sem colher.

sento-me e penso que algo não faz sentido. ah, pois. o tupperware da sopa gelou-me não só as mãos e os braços (porque eu segurava aquilo como se fosse o meu mais precioso tesouro) mas também o cérebro.
olho para a televisão. festival da canção. agora sim, SEI que algo está errado - a Nucha regressou dos mortos e acha-se gótica.

começo a perder a sensibilidade nos dedos. o que é que eu ia fazer, mesmo? ah, a sopa.
aqueço-a no microondas; o suficiente para descer sem grande problema pela garganta inflamada. tomo os meus cinco comprimidos a ouvir a Romana cantar e penso na decadência da cena.

mal eu sabia que as Tayti actuariam minutos depois...