quinta-feira, abril 9

vícios 3.0 (ou Foge Foge Bandido - Borboleta)



se eu largar eu sinto a sua falta
se eu agarro ela perde a cor
ela não é dos meus dedos
é dos meus medos

e faço-me passar por uma flor
tento imaginar o que ela diz
à espera de aprender

à face da rua existe a lua
mas não é tua
à margem da estrada não há nada
mas já te agrada

tu és o teu mundo
tu és o teu fundo
tu és o teu poço
és o teu pior almoço

és a pulga na balança
és a mãe dessa criança
és o mal, és o bem
és o dia que não vem

agora pára de fazer sentido
não vês que assim estás a pisar fora da estrada
vê se agora páras de fazer sentido, de uma vez
não vês que nada nos dirá mais do que nos diz nada

vê que o meu coração ainda salta
quer e julga ser capaz
não o faça por meus medos
faça nos dedos

e eu fico para ver o que ele faz
sem imaginar o que eu não fiz
à espera de viver

à face da chama existe a fama
mas não te ama
à margem do nada não há estrada
já não te agrada

tu és o teu preço
és a tua glória
tu és o teu medo
és a parte má da história

vê que o sol ainda brilha
ainda tem por onde arder
não é mau, não é bom
são razões para viver

agora pára de fazer sentido
não vês que assim estás a pisar fora da estrada
vê se agora páras de fazer sentido, de uma vez
não vês que nada nos dirá mais do que nos diz nada

(se eu largar eu vou sentir a sua falta)

tu és tu sempre que tu és
és mesmo tu quando pensas que és outra coisa
e tu pensas que não
mas tu és mesmo bom a ser sempre quem és

daí o teu motivo ser inapagável
daí o teu desejo ser incontornável
o prazer é tão maleável
daí o seu valor ser inestimável

(a razão de existir um poeta é…)

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